se um dia me perguntassem, sem me deixarem raciocinar na resposta, qual é o melhor escritor de todos os tempos, de todos os lugares, eu responderia vergílio ferreira. se me dessem tempo para pensar, iria levar alguns dias a responder mas continuaria a existir a probabilidade de a resposta final ser essa. por causa de coisas afectivas e de ser um escritor que se me entranhou no código genético. isto serve para dizer que o retrato está fantástico e me soprou para dentro da espinha. o vergílio ferreira pá.
o sacana. tinha eu uns 18 anos quando encontrei num barracão lá de casa o chuva oblíqua. o livro tinha capas duras e totalmente brancas. nem título nem autor. após ler as primeiras linhas achei que devia subir com ele para o quarto. entretanto descobri que esse era apenas um de uma colecção inteira que tinha no dito barracão. posso dizer que li todos os romances dele, mas estranhamente nunca terminei nenhum dessa colecçao. custava-me ler apenas um de cada vez, de maneira que saltava para outro quando a adrenalina ou curiosidade me venciam. pude depois ter o previlegio de ter em mãos outros livros dele, uns comprados outros roubados da biblioteca outros emprestados. não vou devassar o meu latim a dizer o quanto li da sua obra, mas o certo é que nunca nenhum outro escritor me tocou tao fundo como ele. e se alguma pretensão eu tiver enquanto jogador de palavras,uma coisa eu posso afirmar, foi ele que me disse que podia, que nao faz mal.
Vergílio Ferreira, nascido a 28 de Janeiro de 1916. 
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se um dia me perguntassem, sem me deixarem raciocinar na resposta, qual é o melhor escritor de todos os tempos, de todos os lugares, eu responderia vergílio ferreira. se me dessem tempo para pensar, iria levar alguns dias a responder mas continuaria a existir a probabilidade de a resposta final ser essa. por causa de coisas afectivas e de ser um escritor que se me entranhou no código genético. isto serve para dizer que o retrato está fantástico e me soprou para dentro da espinha. o vergílio ferreira pá.
o sacana. tinha eu uns 18 anos quando encontrei num barracão lá de casa o chuva oblíqua. o livro tinha capas duras e totalmente brancas. nem título nem autor. após ler as primeiras linhas achei que devia subir com ele para o quarto. entretanto descobri que esse era apenas um de uma colecção inteira que tinha no dito barracão. posso dizer que li todos os romances dele, mas estranhamente nunca terminei nenhum dessa colecçao. custava-me ler apenas um de cada vez, de maneira que saltava para outro quando a adrenalina ou curiosidade me venciam. pude depois ter o previlegio de ter em mãos outros livros dele, uns comprados outros roubados da biblioteca outros emprestados. não vou devassar o meu latim a dizer o quanto li da sua obra, mas o certo é que nunca nenhum outro escritor me tocou tao fundo como ele. e se alguma pretensão eu tiver enquanto jogador de palavras,uma coisa eu posso afirmar, foi ele que me disse que podia, que nao faz mal.
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